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Detalhe do Acervo: Diário da Tarde - Edição de 17/11/1967 - Pg 4

Autor: José Carraro
Titulo: Diário da Tarde - Edição de 17/11/1967 - Pg 4
Data da foto: 04/11/1967
Categoria: SADIA - Queda de Avião
Sub-Categoria: N/A

Transcrição da Página 4 - Edição de 17 de Novembro de 1967.

 

Proteção ao Vôo refuta as acusações da “Sadia”

O Capitão Alberto Valeixo, chefe do serviço do Núcleo de Proteção ao Vôo de Curitiba, refutou, na tarde de ontem, as afirmações do Senador Atílio Fontana, proprietário da “Sadia”, sobre a falta de recursos técnicos no Aeroporto Afonso Pena que teria ocasionado o acidente com o “Dart-Herald”, prefixo PP-SDJ, daquela empresa.

O aeroporto de Curitiba – segundo o capitão Valeixo – possui condições técnicas suficientes para pousos de quaisquer aeronaves até as de porte dos “Caravelle” e só não possue sistema de radar devido ao baixo número de operações mensais, já que a instalação de tal sistema exige, no mínimo, cem mil operações anuais, dentre as quais, 20 mil através de instrumentos de vôos cegos.

 

INSTRUMENTOS

“O acidente não foi motivado pela falta de equipamentos de rádio ou de auxílio de pouso” disse o capitão, assinalando que o “campo de Curitiba possue sistemas de “rádio-farol, V.O.R. (sistema de rádio mais aperfeiçoado do que o rádio-farol) a VASIS (instrumento usado para o auxílio nos pousos) e está prevista a instação de aparelhos de orientação para aterrisagens denominadas ILS (Instrument Leandig Sistem)”.

Teóricamente, de acordo com o chefe do NPVCT, o acidente ocorreu devido ao bloqueio falso oriundo do magnetismo da Serra do Mar; devido aos fortes ventos; à navegação estimada e a posição dada antes do tempo devido, pela aeronave, à torre do Afonso Pena.

 

RADAR

O aeroporto de Curitiba não permite a instalação de sistema de radar devido ao pequeno número de aviões comerciais que ali pousa (cerca de mil operações mensais) e a implantação de tal aparelhagem exige mais de 20 mil operações anuais por instrumentos (vôo cego). Estatísticas norte-americanas revelam, ainda, que nenhum aeroporto brasileiro comporta radar.

Os aeroportos brasileiros que apresentam tal sistema (Guanabara e São Paulo) o possuem devido a serem campos de pouso de uso internacional, e por causa das condições atmosféricas – principalmente o de Viracopos – e, ainda, para aceleramento das operações. Estão sendo instalados sistemas idênticos em Porto Alegre, Brasília e Recife.

 

SENADOR

O Senador Atílio Fontana, proprietário da “Sadia S/A. Transporte Aéreos”, em parte fêz ao discurso do Senador Aurélio Viana na seção da última segunda-feira, no Senado, afirmou que o “desastre ocorrido há dias em Curitiba poderia ter sido evitado, caso aquele aeroporto dispusesse dos recursos técnicos de segurança existentes na Guanabara, Brasília, São Paulo ou Porto Alegre”. O Senador afirmou, inclusive, que a aparelhagem desses aeroportos não é mais moderna, necessitando de reestrutura em vários sistemas, “especialmente no tocante à segurança de vôo”. 

 

Fonte da Pesquisa: Diario da Tarde – Arquivo Digital – Biblioteca Nacional Digital Brasil.

http://memoria.bn.br/hdb/periodico