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Detalhe do Acervo: Diário da Tarde - Edição de 21/11/1967 - Pg 4

Autor: José Carraro
Titulo: Diário da Tarde - Edição de 21/11/1967 - Pg 4
Data da foto: 04/11/1967
Categoria: SADIA - Queda de Avião
Sub-Categoria: N/A

Transcrição da Página 4 - Edição de 21 de Novembro de 1967.

 

Engano teria sido a cauda do acidente com o “Dart-Herald”

Segundo fontes seguras do Aeroporto Afonso Pena, a provável causa do acidente com o “Dart-Herald”, da “Sadia”, ocorrido há duas semanas no Morro do Carvalho, foi a posição dada antes do tempo devido pela aeronave à torre daquele aeroporto.

As informações dizem que o “Dart-Herald”, prefixo PP-SDJ, voava sobre a rota normal e recebeu instruções da torre para o pouso assim que forneceu sua posição.

O comandante, porém, não percebeu que estava 11 minutos de atraso quando teve ordem para aterrissar e imaginou estar voando sobre Curitiba, resultando, daí, o pouso no morro.

 

ANGULAR

Existe na rota aérea Curitiba-Paranaguá uma angular que divide a rota em dois setores: Afonso Pena e Bacacheri. Este ângulo tem aproximadamente 30 graus e localiza-se mais ou menos no local do acidente aviatório do dia 3 de novembro. Quando uma aeronave sobrevoa esta angular é que recebe instruções de pouso, tão logo se comunique com um dos campos dando suas condições de vôo.

No caso do “Dart”, a sua angular foi observada e comunicada antes do tempo devido, isto é antes da angular verdadeira, por causa do atraso do aparelho, não percebido pelo comandante. A torre de Afonso Pena tendo recebido as posições e condições do avião deu, então, as instruções de pouso. Após 11 minutos (tempo que geralmente um avião leva da angular verdadeira até Afonso Pena) de vôo e observação da angular falsa, o avião da “Sadia” chegou no verdadeiro local do ângulo divisório de 30 graus, tendo o comandante imaginado estar sobre Curitiba – as más condições atmosféricas impediam-no de ver a cidade – e, como tivesse recebido ordens para diminuir a altitude para o pouso, começou a baixar gradativamente até chocar-se contra o cume do morro do Carvalho, ocasionando o acidente.

 

SOBREVIVENTES

Dois dos quatro sobreviventes do acidente ainda inspiram sérios cuidados médicos, em virtude do estado de semi-consciência que apresentam. Os dois sobreviventes – Roberto da Fonseca e Armando de Freitas Cajueiro -, internados no Hospital da Policia Militar do Estado do Paraná tem recuperação muito lenta e nada há de concreto quanto a alta médica. O comissário Roberto já está se alimentando normalmente enquanto o sr. Cajueiro continua a tomar soros e sondas visicais e está em permanente vigilância médica.

Por outro lado, o operador de vôo Leildo Cardoso, internado no quarto 302 do Hospital Geral do Exército, está completamente fora de perigo sendo assistido pela sua esposa e familiares. A sra. Sylvia Tavares já se encontra em São Paulo e está passando bem.

 

Fonte da Pesquisa: Diario da Tarde – Arquivo Digital – Biblioteca Nacional Digital Brasil.

http://memoria.bn.br/hdb/periodico