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A Caixa do Urú - Velha

['A Caixa do Urú - Velha]

Durante minhas pesquisas sobre os Mananciais da Serra em Piraquara, não imaginava encontrar outras represas ou caixa de captação, além daquelas constantes em documentos antigos ou nos mapas, principalmente no mapa histórico de 1929.

 

Nos documentos antigos, antes de 1920, eram descritas as caixas Tangará e Paulista. A partir deste ano e também no mapa histórico de 1929, Tamgará e Paulista não constavam mais nas descrições.

Nos mapas mais recentes, as caixas do Cayuguava Velha e Polenta eram as represas ou caixas que eu não havia encontrado.

 

Eram essas caixas que estavam na minha lista de estruturas a serem catalogadas e fotografadas, ou de informação antiga ser decodificada ou esclarecida.

Isto aconteceu com a caixa “Paulista” citada em relatórios de 1918 até 1920, e que depois passou a ser indicada como Iporan, e que permanece assim nos mapas mais recentes.  

 

A caixa do Cayuguava – Velha foi encontrada em 2012, com a estória relatada neste site. Também a Polenta foi descoberta em 2013, cuja estória também esta documentada.

 

Restou, portanto, a caixa do Tangará. Fiz várias incursões tentando encontrar essa caixa, inclusive acho que a melhor aposta restou como sendo o local logo abaixo da caixa do Lacrimal I.

 

Conforme já escrevi na estória da “A Adutora da Caixa do Cayuguava – Velha” em Agosto de 2015, encontrei uma vala de alvenaria ou tijolos logo abaixo da estrada do Ipiranga, a jusante da caixa do Lacrimal I.

 

Neste mesmo mês e ano, segui essa linha pela valeta cavada na lateral esquerda da estrada do Ipiranga, no sentido para a Sanga do Uru, e descobri onde a linha antiga atravessava a estrada do Ipiranga para o lado direito, adentrando a mata.

 

Como a mata se “apropriou” da antiga vala por onde a linha de captação da Caixa do Cayuguava (Velha), seguir os indícios por onde a linha passava foi relativamente fácil até encontrar a “trilha” de acesso para a caixa do Uru, que começa na estrada do Ipiranga.

 

Cruzando a trilha encontrei o ponto onde havia o cruzamento da Sanga do Uru. Não há qualquer indício ou tubulação antiga, apenas a continuação da vala do outro lado da sanga, no sentido para o Cayuguava.

 

Mas descobri uma tubulação de ferro fundido na margem direita da sanga do Uru. Segui essa tubulação e encontrei uma estrutura de pedra, que estava parcialmente coberta por vegetação rasteira. Tendo retirado as trepadeiras, descobri tratar-se de uma pequena represa.

 

Voltando para a pesquisa documental, encontrei no relatório do Governo do Estado de 1919 a construção de nova represa no rio Cayuguava - que posteriormente passou a ser denominada como Caixa do Cayuguava. Devido sua elevação em relação à represa construída em 1906 (Cayuguava-Velha) no mesmo rio, a nova adutora de captação construída em pedra ou granito passou a montante da linha original, tornando obsoletas as caixas abaixo dessa adutora, no caso Urú e Tangará.

 

Para continuar a captação da água da Sanga do Uru, outra caixa foi construída mais a montante, em local onde a formação geográfica permitia a construção da nova represa.

 

Foi inesperado encontrar mais uma caixa de captação naquela localização, pois a caixa do Urú fica bem distante, a montante deste local.

Para efeito de minha pesquisa, passei a nomear esta nova descoberta como Caixa do Uru – Velha.

 

Piraquara, 03 de Julho de 2020.