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Jornal A Noticia

Transcrição da Edição de 03 de Agosto de 1906 – Pg. 1

                                    O saneamento II

     O profissional, qualquer que elle seja, não tem o direito de se aventurar pelos caminhos sempre dúbios do acaso. Assim como foi encontrada a quantidade dagua necessária na serra, bem poderia não sel-o; assim como foi evidenciado que essa quantidade dagua poderia ser trazida para o alto de S. Francisco, conforme parece certo, ninguém seria capaz de achar inconsistente e absurda a hypoteze contraria.

    Até ahi uma certa corrente de felicidade para os srs. Octaviano e Menezes, felicidade que, como dissemos, bem poderia ser um desastre.   Um facto que tem chamado a atenção do publico é o de jamais ter estado à testa dos trabalhos o dr. Alvaro de Menezes.

    Apenas o sr. Octaviano aqui esteve durante algum tempo e segundo é voz corrente, da sua gestão muito há a lastimar a Empresa de Saneamento que teve de reformar, diante das reclamações dos fiscaes do governo, grandes extensões de manilhas colocadas em más condições.

   Diversas indemnisações foram pedidas por particulares, diante de estragos occasionados em suas propriedades com a abertura das vallas destinadas a receber os canos de barro e as ruas da cidade ahi estão como infinitos camellos a ostentar feias corcovas provenientes da tapagem das referidas vallas feita sem o necessário cuidado.

    E todo este serviço correu sob a direcção imediata do sr. Octaviano Machado, que amanhã, pelas mesmas columnas do “Jornal do Commercio” há de se eximir da responsabilidade dessas faltas techinicas do mesmo modo porque já se declarou irresponsável pela crise econômica da Empreza de que fez parte.

    Tudo isso é muito edificante! No andar em que vamos os contractantes da Empresa do Saneamento hão de lançar, de repente, para os hombros do governo que os acolheu como um grande pae, todo um mixto de austeridades e de lealismo, a responsabilidade de tudo quanto lhes succedeu, lhes sucede e lhes há de succeder ainda!

    Felizmente ninguém os acreditará, da mesma maneira porque ninguém os acreditará, da mesma maneira porque ninguém hoje acredita nas declarações do sr. Octaviano Machado procurando tirar de sobre o seu nome o forte contingente das responsabilidades que lhe cabem a respeito dos desastres do saneamento.