O saneamento

    Vimos de ler o a pedido que o sr. engenheiro Octaviano Machado publicou no “Jornal do Commercio” de 26, no intuito de alijar do seu nome a forte sobrecarga das responsabilidades que lhe tocam na qualidade de um dos contractantes do serviço de saneamento de Coritiba.

    Foram em vão, porém, todos os esforços plumitivos feitos pelo notável profissional, nesse sentido. Para o publico paranaense, o sr. Octaviano continua a ser tão responsável como o sr. Alvaro de Menezes pelas graves faltas cometidas no decurso dos trabalhos de aguas e esgotos da capital, tanto no ponto de vista technico, como no ponto de vista econômico.

     Não é assim, com duas ou três pennadas,fabricadas às pressas com profundas lesões no débil e fino corpo da grammatica, que se logra desmontar toda uma legião de accusações sahidas pela bocca de uma população inteira que se imagina ferida no seus mais caros e legítimos interesses.

     Sob o ponto de vista technico não há quem ignore que desde os primeiros dias de trabalho da chamada Empresa de Saneamento do Paraná,  o povo de Coritiba, escudado no que viam os seu próprios olhos e no que diziam profissionaes cuja opinião está acima de qualquer suspeita, levantava pesadas interrogações em volta dos contractantes Menezes e Machado. Pois, com franqueza, não era decente que diante das falhas bases fornecidas por um simples ante-projecto, se fosse desde logo atacando obras de caracter tão profundamente transcendental como sejam as do saneamento da cidade.

    O publico esperava que o inicio dos trabalhos fosse, como é de inevitável e imprescindível regra technica, o levantamento da planta da cidade e a “jageage” das descargas “mínima” dos mananciaes destinados a fornecer o cubo necessário.

   Si foi, pois, sem certa dose de espanto que o publico viu serem iniciados as obras do reservatório de distribuição e as dos “bacteriae beds”, ainda quando não era positivamente sabido se existiria na serra, oferecendo uma linha piezométrica conveniente, o tributo liquido requerido.