Por toda parte o buscando
Eis porque sendo, assim, cansado o roto.
Os srs. que estão ali me olhando.
Não viram o patrão do ex-exgotto?
Acabem de uma vez o meu tormento
Mostrem-me o chefe do Saneamento!
Elle partiu daqui há poucos mezes
De cobre nos deixando sem restolho
Chamavam-no por troça: seu Menezes
E não tinha este olho.
Lá o delle tinha e por signal aberto,
Tinha bocca, barriga e tinha tudo;
Todos nós exgottou por ser esperto
Sem ter na chupado no canudo.
Mas, há consolo ainda para a magoa:
Os manhosos que vão, que vão os pobres,
Carpir saudosamente os tristes cobres,
E encher de pranto toda a caixa d’agua!
A caixa d’agua lá de cima eu acho
Que está mui boa, a verdade se diga,
Mas, o certo é que já a grande espiga
Nós levamos por baixo...
Da terra já se vê! Canos, mais canos!
Gastamos um cobrão para enterral-os
E inda mais gastaremos p’ra caval-os
Daqui há poucos anos.
Dizei-me, meus snrs., num momento
O que eu procuro nunca foi caolho;
Elle era o chefe do Saneamento
E não tinha este olho.
Ó Menezes, ó seu chefe! Ó Menezes!
Onde diabo se esconde
Que não vem?
Embalde chamo cem milhões de vezes.
Olho ninguém me reponde,
Chamo não “ovo”ninguém!
Eis o monologo que domingo, na Colcha de Retalhos, foi um pouco estuprado pelo Véra.
Não é véro...