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Jornal A Republica

Transcrição da Edição de 06 de Dezembro de 1906 – Pg. 1

                                                                               NOTAS

                                              A BRECHA...

            A Noticia não é jornalsinho para dar um assumpto por terminado, assim com duas razões. No caso da celebre “brecha na caixa d’agua”, caso esclarecido por nós e, depois, nos mesmos termos (porque a verdade é uma) pela secção de fiscalisação, por ordem do exmo. sr..dr. Secretario de Obras Publicas, o orgam imparcialíssimo ainda teve pés para voltar atraz e dar uma demão na “brecha” referida...

            Mas, explica o jornal alludido que a informação do sr. Jorge Eisembach é, “em essência”, justa e igualmente a mesma coisa que afirmara a Noticia!...

            O diabo é que o sr. engenheiro fiscal não falla em “brechas” e sim em um desvio de agoas que, transbordando do leito, se desencaminharam da calha de captação, contornando a caixa.

            Mas foi isso que a “Noticia” com tão grande estardalhaço e prodigo despendio de latins buscados no Petit Larousse tem denunciado nestes últimos dias?

            Vejamos por um tópico synthetico de toda essa descomposta parlenda, onde até se exigia, “por incompetentes”, a substituição dos illustres profissionaes fiscaes do Governo junto a Empreza, pois os dois censores romanos estavam em campo com a mesma brava divisa dos philosophos de Platão, pondo a verdade acima da amizade.

            Mas essa verdade pela qual se batem os galhardos plumitivos, não é aquella que santificou Santo Agostinho; e, senão, vejamos pelas alegações do vespertino:

“Não se tratou de experiencias: o reservatório extanque exgottou-se por si, sem ser pelo conductor da descarga ou pela evaporação”.

             Nós tínhamos affirmado, por informação da fiscalisação, que no reservatório havia feito uma experiencia, na qual funccionaram perfeitamente os apparelhos da descarga. Isto realmente se deu, como também se deu, devido a enxurradas, o desvio natural do curso d’agoa, em sitio fora do reservatório, por novos canaes abertos entre os matacões.

            Por aqui, pelos seixos da serra, se desvia agora a dialética dos jornalistas da Noticia, que assim abandonam a brecha tão custosamente cavada na dura cantaria do reservatório.

            Há aqui desejos de uma escapula honrosa, é evidente. Deixemol-os pois sahir por entre os matacões do leito do Carvalho, já que não lhes permitimos escapulir pela “brecha” da caixa d’agua...

            Fiat voluntas tua...que é também do Larousse.