O caso do Saneamento
Fazendo-se echo do alarido difamador com que o “Seculo”, do Rio de Janeiro, increpa a situação politica e administrativa do Paraná, “A Noticia” se tem fartado no repisamento da assásmente conhecida e elucidada a questão do saneamento, hoje, consoante a má fé dos dois jornaes referidos, desviada da responsabilidade dos contractantes para o insano ataque a toda nossa corporação partidária.
No encarreire por ahi o colega coritybano a sua apreciação procura vistamente envolver nas responsabilidades já apuradas da chantage do saneamento, uma inteira corporação constituída da maioria do povo paranaense. O qualitativo Panama de Curityba, titulo abrangente com que o “Seculo” dá arras à sua má vontade para com a situação dominante no Paraná, vem servindo à campanha d”A Noticia” para os mesmos designios de demolição
Ora, os collegas do vespertino curitybano, com sua sã consciência, sabem plenamente quaes os directos e únicos responsáveis pelo insucesso da empreza atraz da qual se pretende agora inquinar no lodo dos exgottos mais que vultuosos membros da situação, mas o próprio Paraná representado no seu governo, na mais numerosa organisação partidária e na sua imprensa official...
Repellimos o fogoso elance calunioso. Mais uma vez o temos feito, e de tal modo, que levamos a convicção a todos os espíritos bem intencionados, de que no desastre do saneamento tenha seguramente responsáveis, mas que taes responsabilidades estão sendo zelosa e energicamente apuradas pelo honrado e integro sr. dr. João Candido Ferreira, que nesta questão se tem mantido na altiva compostura por todos reconhecida e applaudida.
Esta acção é que merece registro da imprensa, esta attitude é que é digna de exaltações da critica imparcial, e não a diffamadora empreitada de descredito a que se quer atirar o Paraná pelos seus mais legítimos orgams de representação politica.
As acusações levantadas pela palavra do sr. Alvaro de Menezes, nos inedictoriaes do “Jornal do Commercio” do Rio de Janeiro, não podem servir à apreciação e Analyse da critica jornalística, mais do que a palavra oficial elucidadora do caso e a enérgica compostura do administrador paranaense.
Ahi temos na edição desta folha, de 17 de Abril ultimo, o desenvolvimento, preciso e claro, da questão, a que a philosophia da incredulidade até hoje não opoz o mínimo retoque, por ser a mais exacta, cabal e provada expressão da verdade.
O próprio sr. Alvaro de Menezes, a quem mais diretamente cumpria oppugnar as afirmações do sr. Secretario de Finanças, a que acima nos referimos, calou-se ante aquella contestação da sua palavra, n’um desmantêlo esmagador. E, note-se, nem o sr. Alvaro se póde chamar à ignorância dessa contestação, pois que ella foi transcripta pelo Jornal do Commercio, de 2 do corrente mez.
“Si o successor do sr. Vicente Machado e o Congresso paranaense quiserem ser dignos, diz o articulista do Seculo, das responsabilidades que lhes cabem nesta hora, para eles tão temerosa, si a oposição politica naquele Estado se resolver a cumprir seu dever, uma devassa completa deve ser ordenada e praticada em todo esse Panamá do Saneamento de Curityba.”
“É o que resta effectivamente fazer, acrescenta a Noticia, para que a verdade surja, seja lá deque lado for. Exige-o realmente a dignidade do successor do presidente extintcto e a do Congresso Paranaense; exige-o a oposição política do Estado; exige-o (sic) os próprios amigos da politica dominante, exige-o, finalmente, o povo todo desta terra que se há de levantar no conceito nacional, por completo illiminando, para honra sua, dessa commandita dos delapiladores da fortuna publica e dos membros activos da debucle do caracter nacional.”
É o que se está fazendo, respondemos nós. Apurada como está a responsabilidade dos contractantes, a acção prossegue e prosseguirá até o fim, impavidamente, sem receios nem assombros, desconhecidos do vigoroso espirito de justiça do integro administrador paraense.
Dentro das clausulas contactantes e da verdade numérica, já exposta, o Paraná, pelo seu governo e pela politica ora dominante, hade surgir sereno e limpo, assegurando a sua fortuna e moralidade administrativa com a máxima inteiresa, desreceioso dos exames, si imparciaes e justos, da critica jornalística.