Caiguava: represa pronta em 3 meses
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) informou ontem que até o final do ano a barragem do Rio Caiguava, a ser localizada na confluência deste rio com o Piraquara, estará implantada. Trata-se, segundo fontes do órgão, o primeiro projeto de uma série em elaboração pela Secretaria do Interior – da qual fazem parte também, as barragens dos rios Passaúna e Miringuava – objetos de contratos recém firmados pela Pasta com uma firma empreiteira.
A data para conclusão da barragem, somente agora liberada pelas assessorias técnicas da Secretaria do Interior, e complementada com a informação de que a barragem permitirá um abastecimento à área metropolitana de Curitiba por longo período de tempo, estimando-se em 250 mil o número de residências beneficiadas. A represa terá uma vazão de três mil litros por segundo.
Segundo as mesmas fontes, mais ou menos cada cinco ou dez anos a região tem sido castigada por estiagens que provocam falta de água nos rios de captação, refletindo no abastecimento da cidade. Com o rápido de crescimento de Curitiba esse problema tem se agravado consideravelmente, constituindo-se a Cidade Industrial um dos fatores do grande aumento da demanda de água potável nos dias de hoje, e seguramente do futuro.
Surgiu então a necessidade de se preservar uma grande quantidade de água para ser usada nessas épocas de estiagem. Os estudos efetuados por técnicos da Secretaria do Interior concluíram que o primeiro local a ser utilizado como reservatório ser a bacia do Rio Caiguava, por permitir uma reserva de 20 milhões de metros cúbicos. Mediante a construção de uma barragem de terra de 20 metros de altura e 250 metros de comprimento.
Localiza-se à próxima a confluência dos Rios Caiguava e Piraquara, abrangendo em parte a área conhecida como mananciais da Serra. Deverá inundar, quando concluída, uma extensão de 530 hectares, que corresponde a 230 alqueires, aproximadamente.
Essa barragem, segundo os estudos realizados, permitirá abastecimento regular à área metropolitana de Curitiba com uma vazão continua de 3 mil litros por segundo. Vazão continua porque sem essa barragem, a vazão seria bem menor durante as estiagens.
Com a entrada em operação desse complexo reservatório, o sistema de abastecimento da região terá possibilidade de atender a 250 mil casas, durante muito tempo, correspondendo às necessidades tanto da área de consumo doméstico quanto industrial, se se mantiver, naturalmente, o mesmo índice de crescimento demográfico e de expansão do parque fabril de Curitiba e região.
Como esse crescimento é uma incógnita que não permite uma estimativa mais próxima da realidade, alterando-se rapidamente em função de fatores sociais e econômicos, como a expansão de Curitiba e cidades-satélites, cuja população cresce a níveis incontroláveis agravando a demanda do consumo de água, a projeção de obras no setor deve ser igualmente corajosa, como preconiza o Plano Diretor de Abastecimento de Água e Controle da Poluição da Região Metropolitana de Curitiba, editado pela Secretaria do Interior. Em função dessa perspectiva, já foram contratados mais dois projetos para a implantação de barragens nos rios Miringuava e Passaúna.
Um dos aspectos que preocupam, de um modo geral, as autoridades empenhadas na solução dos problemas do abastecimento às populações, é o que se refere a qualidade da água. Como a qualidade decorre em grande parte das condições do leito, sua potabilidade depende do maior ou menor grau de poluição dos mananciais. No que se refere ao Rio Caiguava essa preocupação praticamente inexiste, porque segundo os estudos realizados “a água é de ótima qualidade, sem poluição, por vir de uma região pouco habitada. Existe pouca agricultura e quase não são usados produtos químicos no solo.
Pesquisas realizadas indicam que a adição de produtos químicos no solo se constitui num problema, agravando a poluição dos rios e lagos. Os agricultores usam-no para combater pragas e para melhorar a produtividade da terra. Os resíduos depositados no solo são carreados pelas chuvas aos rios e lagos poluindo-os, dificultando os processos de tratamento para potabilizá-la.
A região escolhida para tomada e reservação da água, no Rio Caiguava, é uma das poucas do Estado que tem as condições favoráveis de aproveitamento, por ser despoluída”.