BARRAGEM DO CAIGUVA

                                 Água para 30 anos

             Contrato no valor de Cr$ 74.809 milhões foi firmado

       ontem entre a Sanepar e a C.R. Almeida, para construção da

            barragem do Rio Caiguava. As obras começam logo

    Um contrato no valor de 74 milhões e 809 mil cruzeiros foi assinado às 11 horas no gabinete do secretário Noel Lobo Guimarães, do interior, entre a Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar e a firma C.R. Almeida S.A. Engenharia e Construções para a execução das obras civis e montagem da Barragem de Piraquara.

   O documento foi assinado pelos senhores Henrique Almeida, representante da firma construtora e Claudio H.O. Araujo, diretor-presidente da companhia para-estatal paranaense, na presença de inúmeras autoridades entre as quais o prefeito de Curitiba, Saul Raiz, o prefeito de Piraquara, Luiz Cassiano de Castro Fernandes, vereadores dos dois municípios, representantes de entidades de classe e da imprensa da Capital.

  Antecedendo o autógrafo dos contratantes, o secretario Noel Lobo Guimarães destacou o significado do evento para as comunidades da Região Metropolitana, afirmando inicialmente: “...não é um ato formal, mas de grande importância para nós, porque visa a assinatura de contrato para uma obra que vai suplementar o abastecimento de água de Curitiba...”.

    Mais adiante: ..trata-se da primeira obra de um grande projeto realizado pela Planidro, que prevê a capacidade dos mananciais de Curitiba. Começamos por Piraquara, que assegurará uma vazão de três metros cúbicos por segundo, na captação, junto à estrada de Piraquara, e que deverá regularizar a vazão do Rio Iguaçu, mesmo nos períodos de estiagem. Nós sabemos que no verão se agrava em Curitiba, porque, não raro, a vazão cai em torno de 50 por centro...”.

   Depois destacou a participação do Governo Estadual na execução do que chamou “vultosa obra”, o secretario Noel Lobo Guimarães acentuou que a Barragem de Piraquara integra um conjunto destinado a suprir o abastecimento de água da Capital e da Região Metropolitana, pelo espaço de 30 anos.

   Falando em seguida, o prefeito da Capital, eng° Saul Raiz destacou a importância da obra para as comunidades beneficiarias, enfatizando a valiosa contribuição do Governo do Estado, através da Secretaria do Interior, na consecução de metas de desenvolvimento social.

    Procurou sublinhar em sua fala, os reflexos que advirão desta obra para as gerações futuras, particularmente quanto aos padrões de vida e saúde, acentuando que hoje apenas uma parcela da população saberá avaliar a extensão desses benefícios que estarão refletidos amanhã no bem estar da coletividade.

    Em sua oração externou, em nome da cidade, seu agradecimento ao secretário Noel Lobo Guimarães, pelo empenho com que se houve para o equacionamento do problema, extensivo ao governador Jayme Canet Junior, a quem solicitou transmitisse seu reconhecimento e abraço.

    O diretor-presidente as Sanepar, eng° Claudio Araujo, explicou em seguida, alguns aspectos físicos da obra. Segundo disse, o local destinado à represa situa-se na bacia hidrográfica do Rio Piraquara, e sua construção é complemento das obras da Sanepar, de reforço e melhoramento do sistema de produção e distribuição de água à Região Metropolitana.

   Trata-se do único manancial responsável pelo abastecimento de água da Capital, daí porque deve ser capacitado de maneira racional, a fim de fazer frente a eventuais estiagens prolongadas, através da regularização de vazão, com a construção de barragem.

   A Barragem de Piraquara teve seu projeto elaborado pelo IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de S. Paulo, com base em estudos de regularização de vazão do Rio Iguaçu, feitos em 1969 pelo Centro de Estudos e Pesquisas de Hidráulica e Hidrologia da Universidade Federal do Paraná.

   O volume de água reservada será da ordem de 20 milhões de metros cúbicos, equivalente a 200 bilhões de litros, devendo inundar uma área de, aproximadamente, três quilômetros quadrados. O rio represado será o Caiguava, afluente do Rio Piraquara que, se unindo ao Iraí forma o Rio Iguaçu.

   A barragem será constituída por maciço de terra, do tipo homogêneo, com filtros vertical e horizontal. Além do vertedouro, haverá ainda, um descarregador de fundo. A barragem terá um comprimento de 270 metros, com largura de crista de 7 metros, e um a altura de 24 metros em relação ao leito natural, e de 30 metros em relação à fundação. A obra fiará há 30 quilômetros de distância a leste de Curitiba, no município de Piraquara.

   A finalidade será a regularização da vazão do rio Iguaçu, garantindo assim, uma vazão mínima uniforme de 3 metros cúbicos por segundo, na captação, junto à estrada de Piraquara.

   O descarregador de fundo é composto das seguintes unidades: tomada de água; estrutura de concreto armado, em forma de torre, dotada de grade de retenção, comporta vazão e comporta deslizante; galeria; estrutura de secção composta (retangular e semi-circular) em concreto armado, com cerca de 90 metros de comprimento; passarela; executada em concreto armado; torre de manutenção na extremidade à montante da galeria, em concreto armado, destinada a operações e manutenção de equipamentos; dissipador de energia, na extremidade à jusante da tubulação; canal de restituição, após o poço de dissipação, muros laterais divergentes em concreto; canal vertedouro.

   O vertedouro tipo superfície será implantado na ombreira direita, dotado de um extravasor tipo Graeger; canal vertedouro variável de 10 para 6 metros de bacia de dissipação com dentes dissipadores à jusante.