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Jornal Diário da Tarde

Transcrição da Edição de 23 de Julho de 1906 – Pg. 2

     Muita razão teve aquelle grupo de moços, quando, em pleno carnaval de 1905, lembrou-se de criticar a hoje já tão celebre Empreza de Saneamento do Paraná.

      Enraivecidos por aquella demonstração publica, alguns indivíduos que então faziam parte da “panella”, pensaram em atirar-se contra o grupo independente, dando tão somente logar à que o povo paranaense, ficasse com todos os elementos para bem poder avaliar de suas educações.

      Hoje, é bem certo, lá estão, a sua custa, (do povo) fruindo as delicias da progressista paulicéa! Enquanto isto o pobre operário pr’ahi anda diariamente, há muitos mezes, reclamando o produto do seo suor honrado e tem como resposta: - O empresário foi buscar dinheiro.

    -“Foi buscar dinheiro”?!! Parece isto incrível, mas é a expressão da verdade, porque de longe vem o pequeno trabalhador ouvindo a inqualificável resposta!

     Dizemos inqualificável, porque esses CINCO MIL E QUINHENTOS CONTOS, já entregues aos contractantes, deveriam estar à mão, e nisto o sufficiente para a não realização dos factos que estamos vendo e prendem-se ao celebre serviço de aguas e exgottos desta capital.  E, assim, os dias vão passando sobre tão importante assumpto, chegando-nos também novas, que, a serem verdade, não sabemos como qualificar todo esse estado de cousas!

    Aqui commenta-se um empréstimo de 700 contos, feito a municipalidade de S. Paulo pelo dr. Alvaro de Menezes, contractante do serviço do saneamento desta capital; ali, valoriza-se o estabelecimento de Poços de Caldas que se diz foi adquirido por compra pelo referido engenheiro, e acolá: discute-se o grande escriptorio para construcções, em clausulas vantajosas, agora montado em S. Paulo, sob a gerencia do engenheiro Octaviano Machado, ex-contractante do serviço em questão!...

     E, si a imprensa pede uma providencia, todo o Paraná tem visto como responde o órgão oficial!

     E, o povo, esse continua sob o peso d’esse imposto inaudito!