Aguas e esgotos

     Quando a população de coritiba soube que se ia inaugurar o serviço de aguas e esgotos, tem um longo suspiro de satisfação.

   População que justamente aspira a pratica das regras de hygiene próprias das cidades civilizadas, não podia se conservar indiferente nesse momento em que estava a hora ultima das infectas fossas e dos detestaveis poços.

    Cada proprietário sentia o mais intimo desejo de fazer quanto antes a ligação de seu prédio com as redes que se vinhas de promptificar e poder-se-ia por isso suppôr que desde os primeiros instantes, nem os stocks, nem o pessoal operário da Empreza de Saneamento, seriam sufficientes para fazer frente aos pedidos de instalações domiciliares.

     Mas... não tardou muito que aquella imensa satisfação e aquelle profundo desejo se traduzissem em um receio, para que não dizer pavor, especialmente por parte dos pequenos proprietários, que alias constituem a maioria nesta capital.

    É que o custo das instalações devia sahir por um preço exageradíssimo, além de ser a agoa do abastecimento um liquido extraordinariamente suspeito. O resultado é que a população está retrahida e em sua grande maioria prefere pagar o imposto sanitário sem fazer as installações domiciliares.

     A julgar pela marcha que vae tendo o serviço de installações, é de supor que nem em 10 annos todos os prédios da cidade estejam servidos de agua e esgotos. Agora mesmo temos em mãos um conta da Empreza relativa à instalação em um prédio da rua S. Francisco. Apesar de modesta sob a Rs. 834$640.

     Entre as especificações varias deparamos ahi com as duas seguintes que nos chamaram principalmente a attenção:

     8 metros de recalcamento ao preço de 16$000; entalhamento de uma fossa, ao preço de 8$000; 51 peças especiaes, ao preço de 20$100; 35 grampos, ao preço de 7$500; 2 registros de pressão , ao preço de 9$000.

     Desejariamos saber si tudo isso é legal e si o contracto que assignou a Empreza justifica a existência de taes rubricas.