Uma séria e amedrontadora ameaça – O abastecimento da cidade está dependendo do regular funcionamento de uma machina-bomba
A falta dagua já vem attingindo ao auge, após ter determinado toda a serie de desagradáveis consequencias nos arrabaldes e colonias das circunvizinhanças da cidade.Verificada a falta total do liquido indispensável naquelles logares, os seus moradores appelaram para a cidade.
Nos arrabaldes e colonias, como todos sabemos a agua é, ou melhor era retirada de poços e cysternas. A dos pequenos rios, não podia ser utilizada, por ser barrenta e mais ainda cheia de impureza o que não a torna potável.
O apelo dos colonos e moradores dos arrabaldes, foi lançado à cidade e ouvido pelos poderes públicos e por particulares, tanto que medidas urgentes foram tomadas no sentido de abastecer de agua os que della necessitavam e cuja falta os vinha aflligindo.
Pois bem. A agua que a população da cidade consummia e a que era distribuída ao habitantes das zonas afastadas, retirava-se como ainda continua-se a fazer, da caixa dagua, situada no alto de S. Francisco.
Como todos sabemos, por sua vez, a caixa d’agua recebe o liquido da serra, no rio Ypiranga, que agora, segundo informações insuspeitas que obtivemos, está baixando, tendo diminuído um terço do volume dagua que enviava à caixa d’agua.
Para supprir essa falta, fez funccionar a bomba, collocada próxima ao manancial da serra e que fora installada alli no Governo do Dr. Munhoz da Rocha. Essa machina-bomba, funccionava um dia por semana, para manter o resrvatorio da cidade sempre cheio.
Agora com a escassez d’agua e o enorme consummo , devido a distribuição aos arrabaldes e cololias, a alludida bomba funciona dia e noite. Com a baixa do nível do manancial, o trabalho se dobrou na casa da bomba, cujo accionamento continuo coloca-a em perigo de um desarranjo.
Como se vê, depois de ter faltado por completo a agua nos arrabaldes e colonias da cidade, a persistência da prolongada estiagem está agora ameaçando seriamento os curitybanos da cidade. O abastecimento ou a falta da mesma está pois dependendo do regular funccionamento da machina-bomba, que no caso de um desarranjo não poderá prestar por alguns dias a efficaz cooperação que está prestando actualmente.
Si isso (que Deus nos livre) acontecer, a ameaça será então das mais serias e assustadoras, pois não só ficarão sem agua os habitantes dos arrabaldes e colonias da cidade, como na eminencia da falta completa della os próprios curytibanos da cidade. O município todo sem agua será um caso deveras impressionante. Entretanto não se deve tomar por arrojada demais tal hypothese.
O chuvisco de hoje à tarde pouco ou na significou, pois não deu esperança de que as torrentes celestes se desncadeassem para de uma vez por termo a essa situação acabrunhadora e que tanto mal vem causando e promovendo a intranquilidade de todos os que são por ella attingidos.