Curitiba vai ter água....
BARRAGEM DE CAPTAÇÃO
A primeira obra visitada foi a barragem para a captação d’ água do Reforço. As caixas de tomada da barragem ficam do lado direito da estrada que atravessa a corrente onde se faz a captação – o Rio Piraquara, que provém da serra do mar. A estrada que conduz ao local da captação acompanha a nova adutora de água. A captação é feita por meio de barragens no Rio Piraquara, 1 quilômetro e meio acima da foz do Rio Irai.
No local da captação, o Rio Piraquara está num nível de 2 metros acima do nível da confluência do Irai, servindo um morro de divisor das águas. Das caixas de tomada da barragem, partem duas linhas de concreto armado, com 600mm de diâmetro cada uma, até os poços de sucção da estação do 1° recalque a uma distância de 230 m da captação.
O projeto das obras de captação do Rio Piraquara, naquele local, são de autoria do dr. Gastão Mota, segundo o parecer do dr. Henrique Novais, o maior engenheiro sanitarista do pais.
As autoridades visitaram, logo em seguida, a estação do 1°recalque, constituída de um prédio de alvenaria e uma estrutura de concreto para estação eletro-transformadora.
No prédio de alvenaria acham-se instalados dois grupos elevatórios “Fairbanks-Morse”, compostos cada um de uma bomba centrifuga de 250 lts. por segundo de capacidade e 40,20m de altura manométrica, conjugada com motor síncrono de 20 HP; estando prevista ainda a instalação de um terceiro grupo elevatório para reserva.
Na estação eletro-transformadora, se acham instalados 4 transformadores monofásicos tipo H, imersos em banho de óleo, para 60 ciclos, 125 KVA – 13.200 x 2.200 volts e um transformador trifásico, tipo HT, imerso em banho de óleo, para 60 ciclos, 10 KVA – 13.200 x 220 e 440 volts.
Desse ponto, a água é recalcada através de linha dupla de ferro fundido de 600mm de diâmetro, para a torre de equilíbrio, para regularizar a vasão da linha. Dista do 1° recalque de 190 mts e é construída toda em concreto armado, tendo a altura de 28mts e o diâmetro de 7 mts.
ESTAÇAO DE TRATAMENTO
Foi visitada, logo depois, a Estação de Tratamento – isto é, o local onde a água, por processos físico, mecânicos e químicos, é eliminada de todas as impurezas, podendo ser entregue ao consumo da população, com a maior garantia de água potável.
A estação de Tratamento é uma impressionante obra de engenharia, ainda em fase de conclusão. O edifício é amplo e magnifico e será concluído dentro em breve. As instalações necessárias ao tratamento dagua ocupam um espaço deveras grandioso, especialmente os decantadores.
Esses órgãos estão já em perfeito funcionamento. Da torre de equilíbrio, a água segue para a Estação de Tratamento, situada a 10.200 mts. de distância, por meio de uma linha de tubos de ferro fundido, com 600mm de diâmetro, assentados sobre berços de concreto.
A Estação de Tratamento tem capacidade para o tratamento de 48.000 m³ em 24 horas, devendo os filtros permitir uma sobrecarga de 25%. No edifício da Estação, além dos órgãos previstos para o tratamento estão instalados dois grupos elevatórios “Fairbanks-Morse” com características idênticas ao 1° recalque, bem como a estação eletro-transformadora.
O tratamento constará das fases: - mistura, coagulação, decantação, nitração rápida, correção do PH e desinfecção. A coagulação será obtida por meio de solução de sulfato de alumínio e leite de cal. A correção do PH far-se-á pelo leite de cal. A dosagem do sulfato de alumínio será de 70 grs.-m³ de água e a de leite de cal será de 40 grs.-m³.
Os filtros são em número de 12, com 7,95 x 4,16; tendo uma velocidade de filtração igual a 117 m³ x metro quadrado de projeção horizontal. A desinfecção final será obtida por meio de cloramina.
CERIMONIA REALIZADA NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO.
Por ocasião de fina mesa de doces e salgados oferecida aos visitantes, usou da palavra, em nome das empresas construtoras das obras, o dr. Fernando de Oliveira Escorel, da “Byngton & Cia”. Pondo em realce a importância daqueles trabalhos, o orador saudou o Governo do Estado pela execução das grandes obras, enaltecendo o nome e a honrosa presenta do dr. Flavio Suplicy de Lacerda, ilustre secretario de Viação e Obras Públicas.
Em agradecimento, o dr. Flavio Suplicy de Lacerda colocou em relevo o trabalho das empresas construtoras das importantes obras, manifestando a sua satisfação, também, por verificar o decidido apoio que a imprensa, como voz do povo que é, tem prestado à coletividade paranaense, servindo de interprete do pensamento da população e pondo-a ao conhecimento dos problemas e realizações do Governo.
Fêz uso da palavra, logo a seguir, o cel. Hildebrando de Araujo, diretor do “Diario da Tarde” que, na qualidade de presidente da Associação Paranaense de Imprensa, agradeceu os termos com que o dr. Flavio Lacerda se referiu aos jornalistas.
Assegurou o orador que a imprensa via com real interesse os assuntos que objetivam o benefício da coletividade. Lembrou que na consecução desse objetivo, a imprensa tem que agir, muitas vezes, com grande energia, dentro porém, dos mais sãos propósitos de favorecer o bem da sociedade.
Encontravam os jornalistas no dr. Flavio Suplicy de Lacerda, um administrador moderno, profundamente democrático e competente, de forma que, com sobras de razão, os jornalistas agradeciam àquela prova de confiança do ilustre titular da Secretaria de Viação e Obras Públicas.
Felicitando as firmas “Byington & Cia.” e Leão Ribeiro S.A., o cel. Hildebrando de Araujo reiterou seus enaltecimentos à pessoa ilustre do dr. Flavio Suplicy de Lacerda, expressando a satisfação com que a imprensa iria registrar a importância, para o nosso povo, das grandes obras de Reforço do Abastecimento d’Agua de Curitiba.
RESERVATÓRIO E TORRE DO CAJURÚ
A última visita foi realizada ao Reservatório e a Tôrre do Cajurú. Da Estação de Tratamento, a água é recalcada para o Reservatório do Alto do Cajurú, com capacidade para 8.000 metros cúbicos de água, através de uma linha de ferro fundido de 600mmm nume extensão de 1.000 mts.
O reservatório é construído em concreto armado com as dimensões de 56,00 x 36,00 x 4,00. Para o abastecimento das zonas altas ao lado do Reservatório foi construída uma tôrre de pressão com 300m³ de capacidade e 28 mts de altura. No pavimento térreo da torre se acha instalado um grupo elevatório “Fairbanks-Morse”, composto de uma bomba centrifuga com capacidade para 50 lts. por segundo e para 28 mts de altura manométrica de elevação conjugada com motor assincreno de 220 volts e 25 HP.