Agua e Esgotos
7-LINHA ADUTORA – Em consequencia da ligeira consolidação da linha adutora, feita em 1933, foi suficiente uma conservação cuidadosa, durante o ano de 1934. Para melhor atender aos serviços urgentes, criou-se o cargo de zelador, com residência na zona sujeira aos acidentes. Os resultados foram satisfatórios, pois houve somente 23 horas de interrupção, na alimentação do reservatório da Cidade, contra 54 do ano anterior. Infelizmente a residência do zelador constitue uma casa alugada, prestes a cair, não oferecendo um apoio, bastante solido, para as turmas de emergência, nem alojamento para os materiais de reserva e indispensáveis à conservação da linha.
8-MANANCIAIS DA SERRA – As represas, os aquedutos, os condutos forçados, que passaram, em 1933, por uma reparação geral, durante o ano de 1934, tiveram conservação normal e suficiente ao seu regular funcionamento.
A bomba de recalque funcionou 2.814 horas, elevando 506.250 metros cúbicos de água, a 110 metros de altura. A maquina a vapor, nos mezes de estiagem, trabalhando sobrecarregada, durante 24 horas do dia, sofreu alguns desarranjos que, embora prontamente reparados, refletiram na distribuição de água na cidade. Com os serviços da usina elevatória foram dispendidas as seguintes importâncias:
MATERIAL
2.576 mts³ de lenha a 4$900.................................... 12:622$400
Combustiveis, lubrificantes, etc................................ 6:873$840
PESSOAL
Maquinista, foguistas e ajudantes............................ 13:811$583
TOTAL............................................... Rs:33:307$823
O custo do funcionamento da bomba, por hora, foi de Rs: 11$833 (onze mil oitocentos e trinta e treis réis). O custo do metro cubico de agua, elevado a 110 metros de altura, foi de $066 (sessenta e seis réis).
9-NOVO LOCOMOVEL – Foi adquirido um novo locomóvel Henschel de 110-140 H.P., que já se acha no local da usina elevatória. A instalação e montagem do mesmo será levada a efeito de Janeiro a Maio de 1935, quando os mananciais por gravidade, fornecem o volume de água suficiente, uma vez que a maquina instalada não poderá trabalhar, em virtude do aumento da casa da usina e remodelação dos sistema de transmissão com a instalação da máquina nova.
10-VILA OPERARIA – Há muitos anos, desde o tempo da estadia nesta Capital do Dr. Saturnino de Brito, sentia-se a necessidade de moradias para os operários empregados na conservação dos mananciais na Serra, moradias essas que, como recomendou o referido mestre, não devia prejudicar a salubridade dos mananciais, mas dar aos operários relativo conforto, estimulando-os para o trabalho, mormente numa zona retirada e isolada, como é a dos mananciais da Serra.
Coube a esta Diretoria solucionar esse problema, construindo cinco casas de madeira para famílias, com área de 82 metros quadrados cada uma e dotadas de instalações sanitárias apropriadas, descarregando o esgoto, em fóssas séticas. As construções foram executadas por administração com empreitadas parciais, sendo o custo médio de cada casa de Rs: 5:000$000 (cinco contos de réis), e da instalação sanitária, correspondente a Rs: 1:220$000 (um conto, duzentos e vinte mil réis).
Junto à vila operaria foi construída, pelo Departamento de Obras e Viação, uma casa escolar, melhoramento esse para cuja construção a Diretoria deste Departamento não poupou esforços. Calcula-se a frequencia no corrente ano letivo será aproximadamente de 40 alunos, de ambos os sexos.
11-ESTRADAS – No ano anterior, as estradas, na zona dos mananciais, exigiram reparos urgentes, que foram atendidos, com prejuízo, alias, da estrada que dá acesso aos mananciais. Em 1934, a estrada geral entre o Carvalho e o cruzamento de Roça-Nova, teve uma reconstrução quasi completa. Metade do trecho, entre o cruzamento de Roça-Nova e Piraquara, também foi reconstruído. Para ter-se uma idéa do estado primitivo dessa estrada, basta citar, que tornou-se necessária a construção de 46 boeiros.
Dentre os diversos tipos de boeiros, escolheu-se o de alvenaria de pedra seca, que pouca despeza traz com sua conservação e não prejudica o leito da estrada com elevações, como o de madeira. A estrada da linha adutora, há muitos anos, não tinha a utilidade desejada, de ligação direta com a Cidade, por falta de passagem nos terrenos de propriedade dos herdeiros de Herculano Rodrigues e no de Marcos Bigarella. Esta Diretoria, conseguindo fazer um acordo com esses proprietários e obtendo a permissão para abertura da estrada, resolvei essa antiga questão.
Nenhuma indenização foi paga aos proprietários supra citados, embora a faixa da estrada ocupasse 29.515 metros quadrados, no terreno dos herdeiros de Herculano Rodrigues, e 6.600 metros quadrados, no terreno de Marcos Bigarella. A única compensação que os mesmos obtiveram foi uma ligação de água da linha adutora, a titulo precário, para as suas habitações. A faixa da estrada assim obtida tem 22 metros de largura por 1.641,60 de extensão e foi cercada com arame farpado de ambos os lados. A terraplanagem neste trecho novo foi feita com trator e niveladora.
12-OFICINAS – I) OFICINA DE HIDRÔMETROS – Os serviços da oficina de hidrômetros foram atendidos por dois operários, sendo um mecânico e outro auxiliar, que acumula as funções de manobreiro da rêde. Durante o ano, foram consertados 432 hidrômetros, aferidos 476 e lacrados 809.
II) OFICINA MECANICA – Essa oficina executa os concertos de toda ferramenta ocupada nos serviços do Departamento, como picaretas, talhadeiras, corta-frios, grimpos, etc.
O montante desses serviços é considerável, pois concerta toda ferramenta ocupada por 154 operarios em trabalhos rudes, como os que estão a carto deste Departamento. Além disso, na mesma oficina, são confecionadas peças e acessórios ocupados nas instalações sanitárias, pias, lavatórios, tampas para hidrômetros, parafusos para caixas de descarga, braçadeiras para tubos, chapéus para ventiladores, etc.
Para aparelhar essa oficina, de acordo com as necessidades do serviço, foram adquiridas e montradas, em dezembro, maquinas novas que, inconcebivelmente, não existiam até então, como uma furadeira até 18mm, um esmeril duplo de 10” e um ventilador para forja. Dada a natureza dos trabalhos da oficina, resolveu-se que cada maquina fosse movida por um motor elétrico independente. O custo destas maquinas postas no Almoxarifado deste Departamento, foi de Rs: 4:464$500 (quatro contos, quatrocentos e sessenta e quatro mil e quinhentos réis).
III) OFICINA DE MARCENARIA E CARPINTARIA – Essa oficina, com a montagem das maquinas adquiridas, no fim do ano de 1933, ficou aparelhada para atender a qualquer serviço que o Departamento necessite. Para as casas dos operários, na Serra, foram confeccionadas as portas e janelas.