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O Sistema de Captação dos Mananciais da Serra

['O Sistema de Captação dos Mananciais da Serra]

Para entender como está configurado este intrincado sistema de captação de água, é necessário conhecer alguns dados sobre o sistema.

 

1) Caixas ou Represas de Captação: eram 17 assim distribuídas, considerando a mais distante do reservatório de acumulação – Reservatório do Carvalho - para a mais próxima:

Ipiranga, Cabra, Bode, Ipiranguinha, Passóca, Polenta, Iporan, Cayguava, Uru, Lacrimal II, Lacrimal I, Mico, Carambolas, Braço do Carvalho e Carvalhinho.

A água captada na Caixa do Salto era aduzida diretamente na Adutora de Curitiba, em ponto a jusante do Reservatório do Carvalho.

 

 

2) Linha Adutora entre as Caixas e o Reservatório do Carvalho.

Na saída de cada caixa de captação ou represa, existia uma tubulação para transporte da água até a linha da adutora principal, que levava a água até o Reservatório do Carvalho.

Essa linha adutora iniciava na cota de 1.060 metros de altitude no Rio Ipiranga, e chegava ao Reservatório do Carvalho na cota de 1.010 metros. A água percorria todo esse caminho por gravidade.

Seguindo pelo caminho por onde a linha está assentada - do Ipiranga até o Carvalho, são 6.090 metros de tubulações compostas por canos de ferro fundido, manilhas de cerâmica,  um trecho de aqueduto construído em granito e alguns trechos com canos de Pvc, que substituiram a tubulação original, a partir da década de 70.

 

2.1) Aqueduto de Pedra ou Granito.

Entrou em operação em 1920 para levar a água captada da nova caixa no rio Cayguava. Percorrida toda sua extensão, são 1.180 metros.

O Aqueduto também recebia as águas vindas da Linha do Iporan e como essa estrutura foi construída em local a montante da posição onde passava a adutora que então conduzia a água para o Reservatório do Carvalho, as caixas Tangará e do Urú, que estavam abaixo desta posição foram abandonadas.

Desta forma e provavelmente no mesmo ano de 1920, uma nova caixa do Uru foi construída a montante de onde a nova linha cruzou a Sanga do Uru, no local em que a Caixa do Urú está localizada atualmente.

Quanto a Tangará, após 1920 os relatórios da época não mencionam mais esta caixa. A investigação do pesquisador ainda não conseguiu comprovar, mas provavelmente o local original da caixa Tangará seria a jusante do local atual das caixas dos Lacrimais.

 

3) Linha do Salto

Construída para levar a água captada da Caixa do Salto, que é a única represa ao sul do Reservatório do Carvalho, a Linha do Salto foi interligada diretamente na Adutora de Curitiba, em posição a jusante do reservatório de acumulação.

Percorrida toda a extensão da linha, são 1.090 metros do ponto de captação, até a junção com a Adutora de Curitiba.

 

4) Adutora de Curitiba.

A adutora que levava água até a capital Curitiba -  possuía 38 Km de extensão, a partir da saída no Reservatório do Carvalho (na cota de 1.010 metros de altitude), até o Reservatório do Alto do São Francisco (na cota de 944 metros), onde era distribuída para as residências da cidade de Curitiba.

A água captada nos Mananciais da Serra em Piraquara, chegava a Curitiba somente por gravidade, sem a utilização de qualquer equipamento mecânico.

 

5) Linha de Reforço da Casa da Bomba.

Em 1925 foi inaugurada a linha de recalque das águas do Rio Cayguava, que através de bomba centrifuga a vapor alemã da empresa Sulzer, elevava a água em 90 metros até o ponto de ligação com a Adutora de Curitiba.

Em 1935 houve a troca da bomba, com instalação de novo equipamento mais potente e construção de nova chaminé – de alvenaria – a qual ainda é possível avistar no meio da Represa do Cayuguava ou Piraquara I.

Este sistema de recalque funcionou até o ano de 1947, quando entraram em operação duas novas adutoras, que captavam a água a partir do Rio Piraquara, no ponto onde atualmente funciona o Centro de Treinamento do Corpo de Bombeiro, na Rodovia João Leopoldo Jacomel.

 

6) Represa do Cayuguava ou Piraquara I.

Inaugurada em 1979, a represa passou a acumular a água de todas as nascentes dos Mananciais da Serra, exceto as águas dos Rios Iporan, Ipiranguinha e Ipiranga, que derivam para o Município de Morretes.

Até 2004 o sistema dos Mananciais ainda fornecia água para a cidade de Piraquara. Neste ano foi desativada a Adutora de Curitiba num ponto próximo a Vila Operária, sendo mantida apenas uma linha de pequeno diâmentro para a Aldeia Indigena Araçaí, fornecendo água a aldeia até os dias atuais.

 

Piraquara, 03 de Novembro de 2016.