Autor: |
José Carraro |
Titulo: |
O Prédio da Casa da Bomba |
Data da foto: |
13/08/2020 |
Categoria: |
Casa da Bomba |
Sub-Categoria: |
N/A |
Para toda a análise da longínqua história da Casa da Bomba, disponho apenas do mapa de 1929 e duas fotos antigas sem datação conhecida, possivelmente tiradas entre os anos de 1925 e 1945.
Com essa escassez de documentos para decifrar a história passada, venho montando esse mosaico histórico com pequenas descobertas.
A prolongada seca de 2020, que de um lado trouxe graves problemas de abastecimento de água, de outro trouxe a tona literalmente, a história submersa da Casa da Bomba.
Analisando o local, alguns poucos, mas importantes indícios restaram do prédio da Casa da Bomba, mas que propiciaram identificar suas fundações, o que permitiu projetar a metragem do prédio.
Com a ajuda de GPS, a área construída foi medida, cujo desenho está projetado em imagem atual do Google Earth . A área construída era de aproximadamente 290m².
Outra descoberta muito importante foi encontrar no solo da parte externa e interna das fundações do prédio, pequenos pedaços do reboco das paredes, ainda com a tinta que essas paredes possuíam, quando o prédio foi demolido.
Na parte externa, é quase certo que a cor predominante era a ocre ou laranja. Já na parte interna, eram duas cores: areia ou bege e marrom café. A indicação de duas cores é justificada pelo encontro de dois pedaços de reboco, que contem as duas cores. Também é certo deduzir, que a parte da parede em marrom escuro era a parte inferior da parede, que tenderia mais a apresentar sujeira ou resíduos.
Ainda uma quarta cor em pedaço de reboco foi encontrada, na tonalidade marron-claro. Talvez tenha sido da parte externa, fazendo um degrade nas cores da parede, similar ao que foi encontrado da parte interna.
Vamos fazer uma pequena conta na linha do tempo dessa história do reboco e pintura: que as paredes de alvenaria tenham sido rebocadas e pintadas não em 1925, época da construção, mas em 1935 quando o prédio pode ter recebido modificações face à instalação da nova bomba de adução.
E que a demolição pode ter ocorrido logo depois da paralisação da elevação das águas do rio Cayguava, a partir de 1945.
Considere também que em 1978 e 79, as águas da Barragem do Cayguava ou Piraquara I começaram a subir, inundando o local da Casa da Bomba.
Até a presente data em 2020, ja se passaram 85 anos, sendo que destes, por 41 anos os pedaços de reboco ficaram embaixo da água e ainda preservam as cores do prédio! É impressionante!