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Detalhe do Acervo: Ruínas do Barracão da Vila Operária

['Ruínas do Barracão da Vila Operária]
Autor: José Carraro
Titulo: Ruínas do Barracão da Vila Operária
Data da foto: 20/11/2015
Categoria: Construções
Sub-Categoria: N/A

Barracão construído ao lado da Vila Operária. Era utilizado pelos funcionários para guardar ferramentas e materiais usados nas manutenções do sistema de encanamentos dos Mananciais da Serra.

Na foto principal, calçamento do piso na parte frontal do barracão. Da construção restou apenas o alicerce, numa área de 100,00m². O prédio foi construído em 1935 e a foto antiga aqui mostrada não teve ainda sua data identificada.

Nas fotos adicionais, estruturas descobertas em novembro de 2015, no entorno do local onde ficava o barracão. Conforme relato dos irmãos Barros (Adir, Dirso e Osmair que moraram nos mananciais), nos fundos do barracão tinha um mangueirão de porcos cujo cercado em um dos lados, era constituido por uma cerca viva de pés de xaxim (Dicksonia sellowiana), plantados lado a lado e em linha reta, impedindo a saida dos animais. Isto pode ser comprovado, pois ainda existem alguns pés de xaxim no local indicado pelos irmãos.

Em nova exploração no mês de abril de 2025, outros detalhes da antiga construção foram desvendados:

A parte interna do prédio era totalmente calçada com pedra lousa de granito, nas medidas 20cm x 20cm, similares as da foto principal e da parte frontal da foto antiga.  Considerando o rejunte de cimento entre as peças, o interior foi calçado com aproximadamente 2.000 unidades de lousa.

Vestígios de um bueiro localizado na parte frontal esquerda do prédio e que escoava a água da chuva, despejada por um cano da calha. Uma fotomontagem indica o local onde essa estrutura ficava em relação a imagem antiga do prédio.

Em outra fotomontagem, a indicação de onde ficavam peças de metal, originais da calha do telhado do antigo prédio. Foram localizadas na parte direita dos fundos da fundação.

Também uma chapa de fogão foi localizada, e consultando o Sr. Adir Pinto de Barros (antigo morador da Vila Operária), essa chapa pode ter sido utilizada pelos operários nos períodos de chuva, para esquentarem marmitas quando permaneciam no barracão.

Mais detalhes sobre o interior barracão:

Na área da porta grande, eram guardadas carroças, charrete e o “bateco” (pequena carroça que aparece na foto antiga nos fundos do barracão, do lado direito). Na década de 70, também serviu de garagem, onde era guardado o Studebaker na cor prata do Seu Zézinho (José Rocha de Barros), já citado em várias oportunidades neste site. Depois do Studebaker o Seu Zézinho guardou ali uma Brasília Bege ano 1975.

Entrando pela porta grande, no lado esquerdo ficava uma caixa de madeira, onde eram guardados materiais utilizados nos reparos dos encanamentos. Outras ferramentas também eram guardadas nesse espaço: Enxadas, picaretas, cortadeiras, gadanhas, marretas, machados, martelos, etc.

No lado direito da frente, outra porta menor dava acesso ao local onde eram realizados os consertos das ferramentas: confecção de cabos das enxadas, cortadeiras e picaretas. Também existia uma bancada, com morsa e outras ferramentas para trabalhar as madeiras, como plaina manual e raspador de casca. A existência de um torno para trabalhar madeira também foi mencionado pelo Sr. Adir.

Nesse mesmo espaço, tinha uma escada de madeira, que dava acesso ao sótão, onde eram guardados materiais em desuso. Na época de colheita de feijão da plantação do Seu Zézinho, os pés de feijão eram guardados nesse cômodo, para posterior processo de “bater o feijão”. Esse procedimento era realizado na calçada na frente do barracão.

Finalmente nos fundos desse cômodo, era guardado milho em espiga, para alimentação dos cavalos, vacas e porcos, criados no terreno dos fundos do prédio do barracão.

Na parte externa nos fundos, existia um banheiro, com vaso sanitário e chuveiro (água fria).

Em 1985 o barracão foi desmontado, as madeiras, janelas e portas transportados até Pinhais, onde o barracão foi remontado em terreno do DAE, passando a servir de depósito e guarda de materiais e ferramentas, como acontecia na serra.

Outros fatos interessantes: Em novembro de 1967, quando ocorreu o acidente com o avião da Sadia, o campo lado do barracão serviu de base ou local de pouso do helicóptero que fez o translado dos sobreviventes do acidente; e depois dos corpos das vítimas fatais.

 

Localização: S 25°29'34'' - W 48°59'37'' - Altitude: 975 metros.

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